É apenas um ser humano.Humano do inumano? Não... Ela permanece humana. Ela é apenas uma moça, vestida, bonita, faceira. É também uma mulher de duas faces, duas expressões confinas do olhar. Oras tem gosto de mel, oras gosto de fel. Tem dias que amanhece uma menina inocente, meiga e doce, querendo colo, dengo e aconchego. Mas há dias de consternações sobre efeitos de uma mulher hodierna, fria e rigorosa consigo mesmo. É aquela mulher que também é sensual, que atrai o abstruso, que é a própria do confuso. Menina e mulher, uma criança vestida de senhora, um sorriso ingênuo numa boca provocante. É o humano do mistério e mudanças inconstantes, não sendo muito diferente das personagens dos romances contemporâneos. É uma atriz de novela, que sabe disfarçar dores e exalar alegrias, sabe ser, ter, equilibrar-se como uma dama elegante a beira do abismo- aquela que cai, mas cai com estilo. Ela não é especial por ser uma boa pessoa, na verdade raramente consegue fazer boas ações, entretanto ela é diferente por ser radiante em mistérios; por ter uma essência cheia de paradigmas; por se desfazer do mundo ao mesmo tempo em que o vive caracterizando-se na forma enigmática de seu próprio crer. Tudo em seu ser jorra segredos de uma confissão íntima entre o ela e o ego em que por traz dos vestidos, da maquiagem, dos acessórios e de toda vaidade de mulher, ela é apenas outra, guardando tantos mistérios em um único desejo: ser feliz.
Geíse Alves
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